terça-feira, 19 de junho de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Colo aqui o relato que escrevi sobre nosso "primeiro" encontro do grupo de pesquisa...
Encontro do
Grupo de Pesquisa sobre o Feminismo
Dia 13 de abril
de 2012
Cada uma ficou responsável por levar uma
apresentação para as outras: Por que
você está nesse grupo? O que te fez ter o desejo de pesquisar sobre o
feminismo?
A primeira apresentação foi minha: Alice Nunes.
Mostrei um projeto escrito com algumas fotos de uma
cena que produzi em 2011, chamada Vala
Comum – Entre Parcas e Ofélias. Que relacionava o mito das três Parcas,
mini-contos de Eduardo Galeano e a Ofélia de Hamlet-máquina.
Em seguida, mostrei o roteiro da peça de
Teatro-Fórum que participei como dramaturga-atriz: As roupas de Alice. E também alguns vídeos que fizeram parte da
apresentação. No Teatro Fórum um grupo apresenta uma
situação de opressão: um personagem tem um grande desejo e os opressores o
impedem de realizar essa vontade. No fim da cena os espect-atores são
convidados a refletir sobre a história, os personagens e as relações de
opressão apresentadas. Neste momento são incentivados a pensar em uma
alternativa para a situação e, em vez de expor verbalmente sua ideia, deve
entrar no espaço cênico, substituindo um dos atores, e testar na prática sua
alternativa. A história contada na peça é minha, de situações que sofri por
estar rodeada de homens e mulheres machistas. A cena tem um foco muito claro na
relação da roupa que escolhemos e das “consequências” dessa escolha.
Essa experiência foi muito boa para a
minha formação enquanto atriz, militante do Teatro do Oprimido e feminista:
recebemos muitas críticas do público, entendi muitos erros, repensei a cena
muitas vezes, foi um processo muito particular de transformação de uma menina
para uma mulher. Esse tema ainda é muito delicado para mim, mas acredito que
neste novo grupo poderei compreender melhor o que ocorreu e transformar todas
as minhas opressões em arte, em propostas de mudança, em possibilidades de
emancipação!
A segunda apresentação foi da Anita Cavaleiro, que sentiu semelhança entre minha
história e a dela e aproveitou a temática. Nos contou sobre casos que passou recentemente
de perseguição no metrô e no taxi,
duas situações de machismo que a assustaram muito.
Também nos contou sobre algumas
experiências no Centro de Diversidade, com uma amiga psicóloga. Comentou um
caso comum nesse local e em outros momentos, um trassexual dizendo: “Sou muito
mais mulher que você, faço a barba, tenho peitos e cabelos perfeitos… acho
desrespeitoso você se dizer mulher sem ter que passar por tudo o que eu passei
e passo todos os dias”, discurso que reproduz o machismo, o ideal de beleza
feminino, ditado pela mídia, se refletindo também em mulheres transexuais e
travestis.
Anita lembrou que muitas pessoas
comentam que ela é uma pessoa muito delicada, porém, não muito feminina, o que
faz com que ela se questione em vários aspectos: “Eu não sei se ser delicada é ser feminina. Se ser feminina é me
parecer com uma mulher de capa de revista. O que é ser feminina?”
Depois nos mostrou um projeto seu de
curadoria de uma exposição realizada em 2011, chamada “Conversa de Comadre”, no
espaço artístico Lá em Casa, que contou com a participação de colegas artistas
convidados a expor trabalhos sobre o feminino e suas nuances. Porém, alguns
artistas, convidados a expor trabalhos já conhecidos preferiram mostrar novos
trabalhos que, no olhar dela, pouco se encaixavam com a proposta: discussões
sobre o feminino. A maior parte desses artistas que mudaram o projeto eram
homens. O que instigou novos questionamentos a respeito do tema. E sua relação
com a arte. Em anexo, está o projeto.
Em seguida, Amanda Massaro iniciou sua apresentação contando sobre
sua amizade com um homossexual que produziu uma tese sobre a Nalu Faria e como
ele a influenciou. Amanda disse que de
todas as lutas, a feminista é a que ela mais acredita e gosta, ela se sente
“no lugar certo” quando discute esse tema.
Revelou o desejo de relacionar nossa
pesquisa e performance com o Estágio obrigatório do curso de Licenciatura, pois
acredita que será uma produção interessante para participar e pesquisar.
Por fim, nos trouxe a peça “As Confrarias” de Jorge Andrade, que
vamos ler para o próximo encontro.
A última, mas tão importante quanto as
outras, foi Jessica Duran. Iniciou dizendo: “Na verdade, de
todas as lutas, a luta de classes foi a que me tocou primeiro”, mas lista suas
três principais bandeiras: a questão agrária, o feminismo e a luta contra o
racismo. Quis entrar no grupo para
aprofundar as questões e ter mais argumentos na hora de discutir.
Analisando a história que contei sobre
o grupo que participei, ela questiona: “Como, em grupos que se dizem
revolucionários, existem relações de machismo?” com um sorriso irônico, como quem
quer dizer “nem tudo é perfeito!”.
Finalizou sua apresentação com um poema
de Bertolt Brecht:
A lenda
da prostituta Evlyn Roe
Quando veio a primavera e o
mar ficou azul
A bordo chegou
Com a última canoa
A jovem Evlyn Roe.
Usava um pano sobre o corpo
Que era bonito, bem vistoso.
Não tinha ouro ou ornamento
Exceto o cabelo generoso.
"Seu Capitão, leve-me à Terra Santa
Tenho que ver Jesus Cristo."
"Venha junto, pois somos tolos, e é uma mulher
Como não temos visto."
"Ele recompensará. Sou uma pobre garota.
Minha alma pertence a Jesus."
"Então pode nos dar seu corpo!
Pois o seu senhor não pode pagar:
Ele já morreu, dizem que na cruz."
Eles navegaram com sol e vento
E Evlyn Roe amaram.
Ela comia seu pão e bebeu seu vinho
E nisso sempre chorava.
Eles dançavam à noite, dançavam de dia
Não cuidavam do timão.
Evlyn Roe era tímida e suave:
Eles eram duros e sem coração.
A primavera se foi. O verão acabou.
Ela à noite corria, os pés eram sujas sapatilhas
De um mastro a outro, olhando no breu
Procurando praias tranqüilas
A pobre Evlyn Roe.
Ela dançava à noite, dançava de dia.
E ficou quase doente, cansada.
"Seu Capitão, quando chegaremos
À Cidade Sagrada?"
O Capitão estava em seu colo
E sorrindo a beijou:
"De quem é a culpa, se nunca chegaremos
Só pode ser de Evlyn Roe."
Ela dançava à noite, dançava de dia.
Até ficar inteiramente esgotada.
Do capitão ao mais novo grumete
Todos estavam dela saciados.
Usava um vestido de seda
Com uns rasgões e remendos
E na fronte desfigurada tinha
Uma mancha de cabelos sebentos.
"Nunca Te verei, Jesus
Com esse corpo pecador.
A uma puta qualquer
Não podes dar Teu amor."
De um lado para outro corria
Os pés e o coração lhe começavam a pesar:
Uma noite, já quando ninguém via
Uma noite desceu para o mar.
Isto se deu no fim de janeiro
Ela nadou muito tempo no frio
A temperatura aumenta, os ramos florescem
Somente em março ou abril.
Abandonou-se às ondas escuras
Que a lavaram por dentro e por fora.
Chegará antes à Terra Sagrada
Pois o capitão ainda demora.
Ao chegar ao céu, já na primavera
S. Pedro, na porta, a recusou:
"Deus me disse: Não quero aqui
A prostituta Evlyn Roe."
E ao chegar no inferno
O portão fechado encontrou:
O Diabo gritou: "Não quero aqui
A beata Evlyn Roe."
Assim vagou no vento e no espaço
E nunca mais parou
Num fim de tarde eu a vi passar no campo:
Tropeçava muito. Não encontrava descanso
A pobre Evlyn Roe.
A bordo chegou
Com a última canoa
A jovem Evlyn Roe.
Usava um pano sobre o corpo
Que era bonito, bem vistoso.
Não tinha ouro ou ornamento
Exceto o cabelo generoso.
"Seu Capitão, leve-me à Terra Santa
Tenho que ver Jesus Cristo."
"Venha junto, pois somos tolos, e é uma mulher
Como não temos visto."
"Ele recompensará. Sou uma pobre garota.
Minha alma pertence a Jesus."
"Então pode nos dar seu corpo!
Pois o seu senhor não pode pagar:
Ele já morreu, dizem que na cruz."
Eles navegaram com sol e vento
E Evlyn Roe amaram.
Ela comia seu pão e bebeu seu vinho
E nisso sempre chorava.
Eles dançavam à noite, dançavam de dia
Não cuidavam do timão.
Evlyn Roe era tímida e suave:
Eles eram duros e sem coração.
A primavera se foi. O verão acabou.
Ela à noite corria, os pés eram sujas sapatilhas
De um mastro a outro, olhando no breu
Procurando praias tranqüilas
A pobre Evlyn Roe.
Ela dançava à noite, dançava de dia.
E ficou quase doente, cansada.
"Seu Capitão, quando chegaremos
À Cidade Sagrada?"
O Capitão estava em seu colo
E sorrindo a beijou:
"De quem é a culpa, se nunca chegaremos
Só pode ser de Evlyn Roe."
Ela dançava à noite, dançava de dia.
Até ficar inteiramente esgotada.
Do capitão ao mais novo grumete
Todos estavam dela saciados.
Usava um vestido de seda
Com uns rasgões e remendos
E na fronte desfigurada tinha
Uma mancha de cabelos sebentos.
"Nunca Te verei, Jesus
Com esse corpo pecador.
A uma puta qualquer
Não podes dar Teu amor."
De um lado para outro corria
Os pés e o coração lhe começavam a pesar:
Uma noite, já quando ninguém via
Uma noite desceu para o mar.
Isto se deu no fim de janeiro
Ela nadou muito tempo no frio
A temperatura aumenta, os ramos florescem
Somente em março ou abril.
Abandonou-se às ondas escuras
Que a lavaram por dentro e por fora.
Chegará antes à Terra Sagrada
Pois o capitão ainda demora.
Ao chegar ao céu, já na primavera
S. Pedro, na porta, a recusou:
"Deus me disse: Não quero aqui
A prostituta Evlyn Roe."
E ao chegar no inferno
O portão fechado encontrou:
O Diabo gritou: "Não quero aqui
A beata Evlyn Roe."
Assim vagou no vento e no espaço
E nunca mais parou
Num fim de tarde eu a vi passar no campo:
Tropeçava muito. Não encontrava descanso
A pobre Evlyn Roe.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Aproveito esse espaço para divulgar um Curso de Formação de Teatro do Oprimido!
Formação de Teatro do Oprimido
“Nós somos discriminadas
pelos homens brancos,
pelas mulheres brancas,
pelos homens negros e
pelas próprias mulheres negras!”
Semayat Oliveira
Este projeto tem como objetivo principal criar um grupo de Teatro do Oprimido, no qual iremos refletir as opressões sofridas pelas mulheres negras.
O Teatro do Oprimido é um conjunto de técnicas teatrais sistematizadas pelo teatrólogo Augusto Boal: Teatro Fórum, Teatro Invisível, Teatro Legislativo, Teatro Imagem, Teatro Jornal e Arco-íris do Desejo.
No Teatro Fórum um grupo apresenta uma situação de opressão: um personagem tem um grande desejo e os opressores o impedem de realizar essa vontade. No fim da cena os espect-atores são convidados a refletir sobre a história, os personagens e as relações de opressão apresentadas. Neste momento são incentivados a pensar em uma alternativa para a situação e, em vez de expor verbalmente sua ideia, deve entrar no espaço cênico, substituindo um dos atores, e testar na prática sua alternativa.
Augusto Boal dizia que “o Teatro do Oprimido é um ensaio para revolução”, pois quem entra em cena propondo uma possibilidade, está ensaiando para transformá-la na vida real.
A ideia de fazer esse curso vem de um desejo antigo de criar um grupo de teatro feminista. Analisando a situação das mulheres no Brasil, é perceptível que as mais oprimidas são as negras, pobres, lésbicas e acima do peso. Portanto esse curso terá como questões a ditadura da beleza, a ideologia do branqueamento, o machismo e a desigualdade econômica.
Além da experiência com as técnicas do Teatro do Oprimido e a encenação de uma obra, este projeto tem como ferramentas didáticas a leitura de livros, a exibição de filmes e excursões para assistir peças teatrais, todos relacionados à questão da mulher negra na mídia, no teatro, nas relações sociais.
Este trabalho está sendo organizado em parceria com o “Cine Palmarino”, núcleo paulistano do Círculo Palmarino, entidade do Movimento Negro no Brasil. O curso terá duração de três meses, com pelo menos um encontro de três horas por semana e será realizado no Instituto de Artes da UNESP, fazendo parte do Projeto de Extensão do GTOIA – Grupo de Teatro do Oprimido do Instituto de Artes – coordenado pela docente Carminda Mendes André e ministrado pela estudante de Licenciatura em Arte-Teatro Alice Fonseca Nunes.
Inscrições Abertas
Início do curso: 2 de abril de 2012
Curso gratuito sobre as técnicas do Teatro do Oprimido. Com duração de abril a junho, na segunda-feira, das 19h às 22h.
Não é necessário ter experiência em teatro. "Todos podem fazer teatro, inclusive os atores", dizia Augusto Boal.
Local: Sala 203 - Instituto de Artes da UNESP
Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Metrô Barra Funda.
Inscrições: alicefnunes@gmail. com
Nome:
e-mail:
Telefone:
Bairro:
Ocupação:
Carta de interesse - por que você quer participar desse curso?
Peço contribuição para divulgar esse evento.
Obrigada, Alice Nunes.
sábado, 17 de março de 2012
Olá leitoras e leitores,
Sou uma das pessoas que participou da organização da primeira semana das mulheres do IA.
Estou impressionada com tudo o que aconteceu mesmo com o pouco tempo que tivemos para organizar. Adorei que tivemos o apoio de docentes e do DAMB para a realização do evento. Adorei compartilhar ideias com todos que participaram e acho que todos nós plantamos uma semente muito importante!
Espero que essa tenha sido a primeira de muitas semanas das mulheres do IA!
Um abraço,
Cecilia
=)
Sou uma das pessoas que participou da organização da primeira semana das mulheres do IA.
Estou impressionada com tudo o que aconteceu mesmo com o pouco tempo que tivemos para organizar. Adorei que tivemos o apoio de docentes e do DAMB para a realização do evento. Adorei compartilhar ideias com todos que participaram e acho que todos nós plantamos uma semente muito importante!
Espero que essa tenha sido a primeira de muitas semanas das mulheres do IA!
Um abraço,
Cecilia
=)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Teatro das Oprimidas
Teatro das Oprimidas
Nessa
terça-feira, dia 13 de março, fiz a prometida Oficina de Teatro das Oprimidas.
Todos os participantes – 4 mulheres e 2 homens – eram ingressantes do curso de
Licenciatura em Arte-Teatro. Foi uma ótima experiência conhecê-los e poder
contar sobre o Teatro do Oprimido, que faz parte da minha formação enquanto educadora
e cidadã.
O
Teatro do Oprimido é um conjunto de técnicas teatrais sistematizadas pelo
teatrólogo Augusto Boal: Teatro Fórum, Teatro Invisível, Teatro Legislativo,
Teatro Imagem, Teatro Jornal e Arco-íris do Desejo.
Augusto
Boal dizia que “o Teatro do Oprimido é um ensaio para revolução”, pois quem
entra em cena propondo uma possibilidade, está ensaiando para transformá-la na
vida real.
A ideia de fazer um
Teatro das Oprimidas, vêm de um desejo antigo de criar um grupo de teatro
feminista. Analisando a situação das mulheres no Brasil, é perceptível que as
mais oprimidas são as negras, pobres, lésbicas e acima do peso.
Nesse
semestre será desenvolvido uma “Formação de Teatro das Oprimidas” que terá como
questões a ditadura da beleza, a ideologia do branqueamento, o machismo e a
desigualdade econômica.
O curso terá duração de 3 meses, a partir do dia 2 de abril de 2012, todas as segundas-feiras, das 19:00 às 22:00.
As
inscrições iniciam dia 18 de março e são gratuitas através do e-mail alicefnunes@gmail.com, com uma pequena
carta de interesse – por que você quer fazer esse curso? – e seu nome completo,
ocupação, bairro e telefone para contato.
As
oficinas serão ministradas no Instituto de Artes da UNESP que fica na Rua
Doutor Bento Teobaldo Ferraz, 271. Ao lado do metrô Barra Funda. A sala está
localizada no 2º andar do prédio de Artes, de número 201.
Por
favor, divulguem!
sábado, 10 de março de 2012
Oficina de Teatro das Oprimidas - remarcada!
A Oficina de Teatro das Oprimidas foi remarcada para o dia 13 de março, as 14:00, na sala 203.
Venham!
"Todos podem fazer teatro, inclusive os atores!"
Augusto Boal
Venham!
"Todos podem fazer teatro, inclusive os atores!"
Augusto Boal
Último dia da semana, sexta-feira, 9 de março
Último dia da semana,
sexta-feira, 9 de março
por Alice Nunes
por Alice Nunes
O
último dia foi muito especial, pois tivemos um debate interessantíssimo sobre a
Mulher e o Teatro, com a presença das professoras Carminda Mendes e Lucia
Romano e com a intervenção teatral da Cia Kiwi, representada pelas atriz
Fernanda Azevedo e Mônica Rodrigues.
Antes das professoras
iniciarem suas apresentações, as meninas da Cia Kiwi apresentaram 3 “partes” da
peça Carne, que está em cartaz no
Sesc Santo Amaro, nos dias:
15/03, 16/03, 22/03,
23/03, 29/03, 30/03
Quintas e Sextas, às 19h30. 15/03 e 22/03, às
15h30.
Em seguida Carminda Mendes iniciou sua apresentação, trazendo para o
debate sua pesquisa de pós-doutorado com a professora Margareth Rago, no qual
pesquisou o discurso de três teóricos que contam o que chamamos de História do
Teatro Moderno Brasileiro: Sábato Magaldi, Décio de Almeida Prado e Gustavo
Dória. Dessa pesquisa a professora
percebeu que os três contam “mais ou menos a mesma história (…) uma história
dos vencedores”. As mulheres, nessa narração, estão com o papel de Sancho Pança.
Lucia Romano iniciou
sua apresentação comentando sobre algumas “homenagens” no dia das mulheres e
como é comum que os autores se equivoquem com relação à data e seus objetivos
fundamentais. Em seguida nos contou sobre sua experiência na pesquisa do doutorado,
sobre Teatro e Gênero, mostrando como é um tema complexo, extenso e que provoca
grandes debates.
Depois de terminada as apresentações, iniciou-se o debate, com
comentários sobre o papel da mulher na história do teatro, a questão da mulher
na universidade, a segmentação do marcha das mulheres e as disputas partidárias,
dentre outros.
Tanto esse debate, quanto
o outro (sobre a descriminalização do aborto), serão devidamente editados e
postados neste blog para que todos possam assistir.
Foram sorteados dois livros:
1. A Nova Mulher e a Moral Sexual , Alexandra Kolontai
2. Saúde Reprodutiva das Mulheres - direitos, desafios e políticas públicas uma publicação do grupo CFEMEA
1. A Nova Mulher e a Moral Sexual , Alexandra Kolontai
2. Saúde Reprodutiva das Mulheres - direitos, desafios e políticas públicas uma publicação do grupo CFEMEA
Após o debate iniciamos a avaliação da semana, na qual passamos por cada evento da programação e questionamos os pontos negativos, positivos e propomos sugestões. Toda a discussão foi resumida em um documento escrito, para que as próximas organizadoras tenham conhecimento do que já foi feito e do que pode ser incluído. Mas estávamos em 4 organizadores e ainda não queremos publicá-lo até poder fazer uma reunião maior. Portanto, aproveito esse momento para convida-los a participar da nossa avaliação, que será nessa segunda-feira, às 13:30, em local ainda a definir, mas podemos nos encontrar na frente da cantina.
Depois
da avaliação iniciamos a arrumação da festa, a decoração foi feita com as
faixas e os stencil produzidos nas oficinas. Fizemos duas playlist especiais
para a festa, com músicas cantadas por mulheres ou de bandas feministas. O DA
se responsabilizou pela bebida e comida.
Em
um certo momento da festa percebemos que estavam tocando músicas que não faziam
parte da nossa playlist e, ao verificar o computador, vimos que outra pessoa
tinha colocado seu aparelho eletrônico com músicas que, na nossa opinião, não
condizem com a temática feminista: Lady Gaga, funk carioca e demais artistas
pops. Infelizmente muitas pessoas estavam dançando e se divertindo, e não
tivemos coragem de disputar com elas.
Por um lado foi triste perceber que aquelas pessoas não entenderam o objetivo do evento, por outro lado estava claro que uma Semana das Mlheres do IA foi pouco e que devemos fazer cada vez mais eventos de formação política, incluindo um debate sobre o papel da mulher na música, para que tod@s percebam esses equívocos e lutem para a emancipação da mulher em todos os âmbitos.
Por um lado foi triste perceber que aquelas pessoas não entenderam o objetivo do evento, por outro lado estava claro que uma Semana das Mlheres do IA foi pouco e que devemos fazer cada vez mais eventos de formação política, incluindo um debate sobre o papel da mulher na música, para que tod@s percebam esses equívocos e lutem para a emancipação da mulher em todos os âmbitos.
Termino
aqui a sequência de relatos da programação, mas não vamos abandonar o blog. Na
nossa avaliação fizemos a proposta de que essa semana fosse o incentivo para
criar um grupo de estudos sobre o feminismo, portanto podemos usar esse site
como ferramenta de troca do nosso processo de pesquisa.
Agradeço
a tod@s que participaram da semana e que acompanharam esse blog.
Fiquem
atentos com os vídeos, notícias, links, fotos e eventos que vamos postar aqui daqui
em diante!
Um
grande abraço!
quinta-feira, 8 de março de 2012
4º dia da Semana: a Marcha
por Alice Nunes
por Alice Nunes
Fui cedo para o IA terminar de pintar a faixa "Contra a ordem patriarcal" que a Amanda tinha começado ontem de noite, fazer "A revolução será feminista ou não será" e pintar mais uma camiseta com o lindo stencil das mãos.
Amanda Massaro e Jessica Duran também pintaram camisetas para usar na Marcha. Saímos juntas do IA: eu, Amanda, Jessica, Carol, Sarah e Nina. Na Sé nos encontramos com Ura e Henrique para iniciar a caminhada.
Abrimos nossas faixas e caminhamos em pontos diferentes da passeata. Encontramos com a Laura Cymbalista, com a Carol Peters, Robertinha, Karen, Chico Nunes, Paulo Bufalo, enfim, muitos colegas de militância.
Chegamos na República e gravamos um vídeo-poesia da Sarah, lendo o cordel da Lei Maria da Penha. Assim finalizamos nosso quarto dia, felizes com as camisetas e faixas, com os encontros, com a mulherada na rua.
Boa noite!
quarta-feira, 7 de março de 2012
3º dia da
Semana das Mulheres do IA
por Alice
Nunes
Um dia intenso, eu diria. Cheguei
cedo na faculdade para deixar tudo organizado pro debate: certificados, fichas
do sorteio, vídeo, sala, fotos, livros e arrumação da sala.
Pouco antes das 14:30 coloquei para
tocar uma playlist de vozes femininas, para criar um ambiente agradável aos
participantes e debatedoras.
As convidadas para o debate chegaram
ao mesmo tempo: Laura Cymbalista e Rosângela Talib, realizaram conosco o debate
“A descriminalização do aborto”.
Ambas trouxeram muito material impresso para ser divulgado e algumas publicações para doar à biblioteca.
Iniciamos o debate com um bom público, Laura iniciou sua apresentação explicando o trabalho da Frente Nacional Pelo Fim da Criminalização das Mulheres e Legalização do Aborto. Em seguida apresentou um pequeno vídeo intitulado Por Todas Nós produzido pelo CFEMEA, e prosseguiu contando sua experiência enquanto militante e apresentado a conjuntura do debate hoje.
Em seguida Rosângela Talib iniciou sua apresentação com foco na questão da saúde da mulher e explicando um pouco as questões legais do aborto no Brasil e em outros países da América Latina.
Abrimos a palavra para o público e muitas dúvidas e comentários foram levantados e, em seguida, respondidos pelas duas convidadas.
No fim do debate sorteamos três publicações:
1. As Origens e A Comemoração do Dia Internacional das Mulheres, Ana Isabel Álvarez González
2. Vozes Latino-Americanas pela Legalização do Aborto, uma publicação do CFEMEA
3. A edição especial de nº 55 da Revista Caros Amigos intitulada A Era da Mulher – Conquistas e Desafios
Em breve escreveremos uma matéria completa sobre o que foi discutido no dia de hoje e faremos a divulgação anexada ao vídeo que gravamos ao longo do debate.
O debate ultrapassou o tempo planejado e,
infelizmente, não houve a Oficina de Teatro das Oprimidas, mas ambas as
oficineiras estão planejando oferece-la em outro momento desta ou da próxima
semana, a fim de manter as ações iniciadas ao longo desse evento.
Em seguida iniciamos nossa sessão do Cinemulher, no qual exibimos o filme Made in Dagenham, um filme baseado numa história real de greve de costureiras numa fábrica da ford no Reino Unido, 1968. O filme tem ótimo roteiro, elenco, fotografia e tem um clima muito inspirador para a luta diária das mulheres!
As 20: 30 a exposição já estava montada e iniciamos nossa pequena abertura, com comes e bebes, no saguão de entrada do 5º andar. Também aproveitamos o tempo para pintar mais algumas camisetas e fazer mais uma faixa.
Foi um dia
cansativo, porém valiosíssimo. A experiência do debate foi muito importante para
iniciar um processo de formação política entre os participantes.
Novamente
agradeço à todos os funcionários que nos ajudaram a realizar o evento; ao DAMB
que colabora financeiramente; às voluntárias que estão na produção e à tod@s
que estão participando, tanto presencialmente, quanto acompanhando o blog.
Amanhã é um dia
importantíssimo! É o dia da Marcha das Mulheres! A luta nas ruas é fundamental.
Um momento de mostrar quantas somos e o que queremos. Fazer amizades, conhecer
novos grupos, ter notícias da conjuntura e gritar frases de reivindicações. É
importante e divertido, participem!
"A revolução será feminista ou não será."
faixa vista na Praça do Sol, Madrid
Boa noite!
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